Belo Monte, um sonho dos locadores que pode se tornar pesadelo.

Hoje Belo Monte é conhecido como uma das maiores obras do Brasil, e também uma das maiores obras do mundo, muito se fala nos quesitos ambientais, sociais e econômicos, mas nunca ninguem comentou sobre o lado de como o “Consórcio Belo Monte” (gestor da obra) esta tratando seus terceiros, ou seja, seus contratados, que são exatamente os meus leitores; a cadeia de locadores de guindastes, do empresário ao operador.

Vamos aos fatos que talvez faça você mudar seu ponto de vista.

Quando qualquer cliente solicita um orçamento, toda empresa encaminha um orçamento que nele consta as condições do mesmo, e de acordo com a necessidade do cliente modifica conforme a possibilidade. O grande problema é que eles “aceitam” suas clausulas, enviando um “PEDIDO”. Chegando a máquina no canteiro de obras, a tomadora resolve “mudar as regras” apresentando um contrato agora elaborado por eles e cheio de obrigações que impactam diretamente no custo econômico da operação.

E sim, este contrato deles é um contrato totalmente uni-lateral (favorável a eles), por isto antes de liberar seu equipamento para efetuar mais de 2.000km de viagem leia bem, e se possível peça para um advogado de confiança lhe ajudar.

Vamos a algumas surpresinhas do novo contrato enviado pelo Consórcio e que esperam que você aceite:

    • Erro deles? Problema é seu… Eles lhe atribuem responsabilidades por erro deles e lhe proíbem de qualquer modo de cobrança (não acredite em promessas verbais, pois o que vale é o que está escrito). Prepare-se para uma burocracia forçada para lhe bloquear os pagamentos e pouca agilidade da parte deles.
    • Você receberá somente quando estiver movimentando carga, não enquanto estiver deslocando e montando o equipamento.
    • Nunca lhe enviarão o relatório de horas trabalhadas, somente lhe pagarão o mínimo contratado;
    • Greve no canteiro de obras (que ocorre mês sim e mês não)? Não importa se o seu funcionário e a máquina estava disponível no canteiro de obras, o contrato deles prevê que durante greve você não recebe.
    • Também espere que seu operador seja colocado em alojamento com 8 pessoas e lhe peça para voltar todos os dias.

Conclusão Belo Monte é um reino fora do Brasil com suas próprias leis. Se o contrato é “lei entre as partes”, a qualquer momento eles podem querer revogar as regras e apresentar melhores condições (para eles logicamente).

Não somos contra a construção de Belo Monte muito pelo contrario, acreditamos que seja uma obra necessária e com impacto aceitável, mas fica o aviso do blogdoguindaste a todos aqueles que pretendem trabalhar para CCBM.

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